O movimento, apesar de agitado, já não era o habitual. Menos trânsito, alguns lugares vagos para estacionar, armazéns com inúmeras placas a dizer: "ARRENDA-SE", com o nome das imobiliárias e diversos números de telefone, vítimas da assoberbada falta de clientela. O café da frente, sem grandes carros à porta, tinha a esplanada vazia apesar do dia de sol, e o interior em muito se semelhante. Quase parecia o ambiente de uma pacata vila com uma área industrial, mas tratava-se de uma zona que outrora albergara grandes indústrias, muito emprego e um crescente movimento.
Entretanto, lá dentro, ele estava sentado à secretária e pensativo olhava pela janela. Apoiou os cotovelos no tampo da mesa, virou a cabeça para o monitor, e suportou o queixo sobre a palma da mão, ficando com os dedos entre o nariz. Estava perdido por entre pensamentos escusos no marulhar do escritório, os telefones, agora também estes, mais sossegados, o ruído dos teclados, o entra e sai de gente, mas subitamente algo o acordou daquele vaguear disperso. Conduziu os dois dedos pelas narinas, cerrou os olhos e sentiu-lhes o cheiro. Inspirou. Sorriu e voltou a inspirar. Cheirava a ela. Cheirava a mulher.
Há meia hora atrás havia-se fechado na sala de arquivo com a Luísa. Tinha-a sentado sobre a secretária, puxara-lhe a saia para cima, e sentira-lhe a renda das meias de liga que sempre usava quando vestia fato de saia. Afastara-lhe a cueca de renda que imaginava preta, como sempre, e depois de sentir aquela máquina de combustão permanente entre as suas pernas, os lábios cuidadosamente depilados, o pequeno traço de penugem ao alto, pela púbis, fodeu-a com os dedos. Sabia a forma como a tomar, sabia-a de cor nos seus dedos e sabia que um rápido entra e sai, e um ágil e ainda mais rápido esfregar entre o clitóris a fariam ter um orgasmo. E teve-o.
Ao sair de dentro dela, limpou os dedos na cueca, passou as mãos pelas pernas até aos joelhos, beijo-a e voltou costas, saindo da sala, deixando-a a compor-se.
Um camião TIR assinalava ruidosamente uma manobra: pi...pi... pi... pi... pi..... O chefe de armazém na sua bata cinzenta ajudava com as mãos, indicando a direcção. Estava difícil entrar de marcha atrás no armazém e uma fila de carros aguardava passagem calmamente, sem reclamar o tempo decorrido. Sinais do tempo perdido, sinais de uma vida arrastada, sinais do vagar e da falta de expectativas.
Intervalo para almoço interessante... :)
ResponderEliminarAi sim?! Ó conta!
Eliminar:))))
gostei...
ResponderEliminaro cheiro que fica nas mãos, em nós, é a doce e amarga lembrança de que já acabou.
bravo, zé, escreves bonito :))))
nAn
E tu, carago??? Fugiste porquê? Ai a merda, pá!
EliminarÓ querida Malena.... :((( às vezes é preciso fugir. limpar. começar do zero. sei lá. sou louca, é o que é :b
Eliminarregressei às origens, simplesmente uma anónima com um ene :)))
nAn,
Eliminarbenvinda por estes lados!
:)))))
É um cheiro booooooooooom. É o cheiro a mulher, a fêmea, a c@ona!
Malena, não fugi. Saí na altura certa. Nada mais ali podia acontecer. ;)
??? ó diabo!!! sou eu, zé!!! a tua nAninha!!!! ai a porra! não me reconheceste? :(
Eliminar(acho que a Malena falava comigo, zé. acho :b)
Sei, mulher! Sei bem que és tu!
EliminarComo nunca tinha visto por aqui a nAninha das origens, dei as boas-vindas. Sou educado, embora não pareça.
Ahh ,pois era. não interessa, fica já respondido para quem pensasse que fugi.
É o sono...
:))))
ó :)))) miminho bom :)))
EliminarFalava com a nAn, claro! Tu lá fugias de uma coisinha alagada!!!! :P
EliminarBom, como sempre ;)
ResponderEliminarEsperamos por mais!
Mais??!!
EliminarAhhh, muito me contas menina Solana.
:)))))
Para a próxima há mais... mi aguadji!
Sinais da crise, pá, primo.
ResponderEliminarAté uma foda fica já pela metade. da-seeeeeeeeeee
(vou já cantar a Grândola!)
Pah, primo, para a próxima trocamos, ela fode-me com a boca.
EliminarMas sempre o tempo contadinho, sem hipótese!
:)))
Não cantes, olha que espantas as passarinhas.
Não digas que tens que picar o ponto p'ra mijar...
EliminarNão conheces as minhas capacidades canoras, pah!
(ao nível do melhor Relvas!) :))))))))
Oh primo, se fosse eu o chefe ali no sítio, até os punha, aos outros, a cantar a Grândola enquanto ela me afinava o instrumento. :)))
EliminarMas olha que umas coisas assim rápidas e, acima de tudo, imprevistas, são boas. E ajudam a desanuviar ;)
inspiradissimo! foi do tango...? ;)
ResponderEliminarbeijos :)
Nem por isso. São mais lembranças recentes. :))
EliminarOlá a todos :)
ResponderEliminarOh! Zé que inspiração :)
Olá minha doce V.
Eliminar;)
Já vi que nAn já apareceu :))
EliminarMy Dear, é sempre tão estimulante ler-te, pena que não o faças com mais regularidade.
ResponderEliminarBeijo...
Liberdade, my darling, bons olhos te vejam.
EliminarDiria o mesmo, é tão bom ler-te, pena é que não te mostres. :))
Cá está, um homem atento que aproveita a oportunidade quando ela surge.
ResponderEliminarGostei bastante de te ler. Obrigada.
Beijo,
Ana
(e o nosso cheiro nos nossos dedos? :p)
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