Sempre tive um gosto especial por música. Desde pequeno que me lembro que os acordes de música, fossem eles quais fossem, buliam comigo.
Ontem à noite, estava eu deitado no meu sofá a ver tv ( e não, não estava a ver chungaria, para isso já me basta a net e determinados blogues, via, sim, uma reportagem no Odisseia do Amazonas ), e completamente descontraído apalpava as minhas partes baixas. Vá, sosseguem meninas, é que além de não estar a ver chungaria, também não a fazia! Em tempos idos, muito idos, adquiri este especial gosto com a minha amiga Rosa. Lembram-se da Rosa, desta
daqui, e
dali? Pois bem, a Rosa cedo me incutiu o prazer de afagar o Zezinho ( um dia destes conto-vos a história ) e desde ai que sempre que vejo tv, gosto de me refastelar no sofá e dar uma volta pelas minhas quintas.
E, estando eu entretido com o meu by-night programa, ao fazer um zapping, vi uma série de concertos que entretanto estarão ai a decorrer em Portugal. E, rapidamente voltei no tempo e comecei a relembrar a altura em que, talvez ainda imberbe, comecei a ter a minha própria orientação e gostos musicais.
Recordo então que o meu primeiro género musical foi o Heavy Metal. Naquela altura havia uma grupo, talvez reduzido, de gente que partilhava os mesmos gostos, contudo eu fugia um pouco à regra, nunca fui muito de ir com as multidões, ainda que a multidão fosse apenas meia dúzia de gatos pretos perdidos. E é que eles seguiam aquilo à risca, e, além dos discos, das revistas, das actualizações, e de todas a informação que naquela altura captávamos, também eles se vestiam como os seus ídolos.
De quando em quando, reuníamos em casa uns dos outros, ou na casa daqueles que tinham aparelhagem de música, e partilhávamos toda a informação que tínhamos. Juntávamos-nos num determinado local e lá íamos em rebanho. Mas aquilo era um rebanho curioso. Eu era a ovelha tresmalhada, mas não era negra, era branca! Eu já explico.
Todos se vestiam de igual, ou semelhante. Camisola, camisa, sweat, o que calhasse e houvesse, preta, calças justas à perna, pretas, botas da tropa, pretas, blusão, de preferência de cabedal, em último caso de napa, preto. E lá iam eles assim. O Dear Zé, destoava no meio do preto. Calcinha de ganga azul, camisinha azul com fralda de fora, pullover azul ( atenção que havia dias que era castanho e outros verde ), sapatinho de vela... e lá ia o caralhete do betinho metaleiro no meio deles. O gosto pela música eu tinha, mas o estilo... vai no batalha! Nem sei como me aceitavam e incluiam, mas pronto, sempre fui um curtido, e tudo o resto partilhava com eles.
A inclusão surgiu também pelas constantes novidades que conseguia trazer ao grupo. Tinha um tio que trabalha em Espanha e de lá me trazia novidades em primeira mão. E depois também porque aos poucos fui introduzindo outros estilos e a malta gostava. Digamos que eu fazia mexer a maralha e era o motor daquilo. O reportório foi evoluindo e os estilos foram-se misturando, desde heavy metal, passando pelo hard rock, até ao punk rock, marchava tudo. Velvet Underground, Ramones, New Rose, The Clash, Sex Pistols, Led Zeppeling, Black Sabbath, Ac/Dc, Van Hallen, Mettalica, Bon Jovi, Skid Row, Guns n' Roses, Scorpions, Europe, White Snake, Nazareth... marchava tudo!!
Com o tempo e o aparecimento de novos estilos musicais, os gostos, não se tendo perdido, mas sim evoluído, foram mudando e o aparecimento do Rock alternativo, tudo mudou... The Cure, Jesus and The May Chain, The Stone Roses, Depeche Mode, The Smiths, New Order... foram a razão da mudança.
Os estilos de vestir também eles mudaram, a cor começou a ter lugar assim como a variedade e alternativa.
Já o gosto pela música, também se manteve, apenas acrescentamos alguns mais, e o grupo, ainda que uns distantes dos outros, a amizade permanece.
Bom fim-de-semana!
The Cure - Lullaby