" In the end, we'll all become stories."
- Margaret Atwood
Dear Zé nasceu... não, o Zé nasceu na década de 70, já depois da Revolução dos cravos, e é natural da freguesia de Lordelo do Ouro, do Concelho do Porto. Ainda com alguns meses de idade, emigrou com os pais para o Rio de Janeiro, sendo carioca até à tenra idade de 4 anos, altura em que voltou às origens.
Da família, destaca-se o facto de estar no seio do gaijedo. E passo a explicar: são oito irmãs, sendo uma delas a minha mãe; todas elas pariram fêmeas, pelo menos duas, e há apenas 3 machos sobrinhos, perfazendo a totalidade de 29 sobrinhos (26 gajas, portanto. É muita fruta!!!). Digo-vos muito sinceramente, é preciso paciência para as aturar, quando se juntam, coisa que acontece unicamente, e graças a Deus, uma vez por ano, no Natal. Delas, das mulheres, de todas, porque ainda assim convivo amiúde com muitas delas, herdei o gosto pelas mulheres, sim porque elas gostam todas delas próprias, são umas convencidas do caralho; herdei o gosto pela cozinha, aprendi a cozinhar com a minha avó e sempre que nos vamos juntando vou aprendendo com as outras, e aprendi a saber atura-las... mas, acima de tudo a saber respeita-las porque sim, são mais quase tudo do que nós, homens.
De referir que tenho família de norte a sul do país, e inclusivé além mares, no Brasil. E que nos juntamos todos os anos, como já referi, no Natal. Nos dias de hoje, estes ajuntamentos têm uma dimensão mais adulta, obviamente, e vai sempre falhando alguém, mas o grosso, consegue juntar-se. Falamos ( os que têm ) dos cônjuges, dos filhos, do trabalho, dos projectos, mas na minha infância, ERA UM PUTO DUM ESPECTÁCULO! Como devem imaginar, ter tanta filharada junta era o fim do mundo, e era a melhor altura do ano, ainda mais que o Verão, que tanto adoro. Logo depois do Verão, ansiava e começava a contagem decrescente para o Natal. Não pela época em si, não pelas prendas, que, claro, também era um factor importante, ai não, foda-se, aquilo era uma alegria, mas pelo simples facto de nos juntarmos todos e passarmos cerca de 3 a 4 dias em plena festa, valia por tudo! Por tudo!
Finalizando, o facto de ter vivido no Brasil, período de que não me lembro, tenho apenas vagas memórias, todavia, a circunstância de, de dois em dois anos viajar até lá, não deixou fugir a vivência. Dos países que visitei, sempre que chego, recolho de imediato uma sensação, um cheiro, uma imagem, um som, algo me conecta aquele sítio, e e me diz que aquele não é o meu país, e me faz ou não gostar deste. Do Brasil, tenho as gentes, as mulheres, o cheiro e o calor, algo inexplicável me liga a este país e me faz gostar dele quase tanto como do meu. Um segundo lar, sem dúvida! Do livro de Miguel Sousa Tavares, Rio das Flores, retiro e vivo quase como na primeira pessoa, embora os tempos fossem diferentes: " No hangar cheirava a combustível e reinava uma confusão totalmente irremediável.(...) Cá fora, a chuva tinha abrandado e parecia que ia mesmo cessar por completo. Ele não se importou com a chuva: caminhou uns passos para fora, acendendo um cigarro e aspirando o ar a plenos pulmões. O cheiro asfixiante a clorofila entrou por ele adentro como um sopro e deixou-o quase entontecido. Depois, veio-lhe também um discreto cheiro a maresia, seguramente da baía de Sepetiba, ali ao lado - mas, para quem tinha acabado de chegar das praias de iodo do lado de lá do Atlântico, aquele sinal de mar próximo era tragado, de um só golpe, pelo cheiro inebriante do verde da floresta.".
Da infância à adolescência foi um tiro. O Porto era ainda uma cidade pequena, e não deixará muito de ser, como todas as cidades e regiões deste país pequeno que teima assim permanecer, restringe-se a uma única cidade, Lisboa, mais desenvolvida, nela tudo concentrando e investindo, ainda que, não necessariamente de forma correcta, mas esquecendo tudo o resto, de norte a sul, e fazendo das ilhas a arrecadação ou o quarto dos fundos... adiante e cortando caminho. Cedo nasceu o gosto pelo desporto, o qual ainda permanece, tendo sido federado pelo FCP, e não em futebol, mas que não teve grande futuro por... por circunstâncias de uma vida ou de uma educação que nos faz ter apenas o futebol e não outros desportos como modo de vida; e o gosto pelo mar, o que mais tarde levou a uma formação, mais ou menos, orientada nesse sentido, e o gosto pelas gajas, que, ao contrário do que poderiam esperar, pela convivência com tantas, me levou a gostar tanto delas, e não, a parecer mais uma delas, heheheh. Livra-te, Zé!
Gajas. Finalmente! O Zé, tendo como mestre seguidor o avô, que já quinou, mas que sempre recordo com saudade, aprendeu a arte de cortejar ora por Velasquez, ora na Avenida que dava ao Castelo e arrabaldes.
Tudo muito certinho e orientado até à idade dos doze anos, em que, por arte e saber de uma donzela bem mais velha, iniciei o verdadeiro gosto pelas mulheres.
Bom, mas como o texto já vai longo e o respeitável leitor já estará murcho com a leitura, interrompamos o coito, salvo seja, porque cópulas, apenas com as senhoras, vá, atenção aí à plateia apanisgada, nada de histerismos, e continuemos noutro dia, neste mesmo sítio, a uma hora qualquer que vos, e a mim também, pareça mais aprazível.
Ficando a dica de que foi uma coisa muito inocente, com doze anos, naquela altura, um gajo não sabe nada... nada!!
Até à próxima.
Agora que estava a ficar interessante acaba!!!! Bahhhhhhh
ResponderEliminarNão vale! :D
Boa tarde Zé!
Boa tarde menina IPC.
EliminarCalma! Com calma! A ansiedade corrói o corpo e a alma. :))))
Oh! e eu que pensava que vos interessaria saber do Zé quando bebé...;)
Ou seja o Zé nú e de fraldas? Também pode ser!
Eliminar:)))))))))))))))))
Eliminaresqueçamos as fraldas... pode ser só o Zé nu??
Pode, eu não sou esquisita... Tens aqueles refegos como os bébés? :)))
EliminarNaaaaah! Está tudo lisinho, e esticado, nada de pregas! ( falo do corpo no geral, claro!)
EliminarNão disse já que gosto de desporto?! ;))))))
Perdi-me na parte do Zé nu e de fraldas, desculpa, sem fraldas e não me lembrei da parte do desporto :P
EliminarAhh, sacaninha! :)))))
EliminarÉ da primavera Zé :)))
EliminarA arte de cortejar colocada em prática aos 12 anos....pois, inocente, mas com olho prá coisa........... precoce :-)
ResponderEliminarBoa tarde Zé e Ipc :-)
:))) quando somos jovens, adolescentes, vivemos tudo com muita ansiedade... :)))
EliminarVerdade :-) se bem que, mesmo com o passar do tempo, a ansiedade continua sempre como companhia, mais controlada, mas sempre a dar o ar da sua graça :-))
Eliminarcum catano tive de ler isto em duas fases que uma pessoa é preguiçosa pra leitura e tu tavas com os dedos bem cravados no teclado.
ResponderEliminarquanto a lisboa e Porto, adorei conhecer o Porto mas... mil vezes Lisboa
quanto às gajas.. a crescer no meio de tanta gaja nem sei cm desenvolveste o gosto por elas :P
Para dizer a verdade... a conviver com tanta gaja, e conhecê-las tão bem... nem sei mesmo como fui gostar delas! :))))
EliminarCaso para dizer " e assim acontece!"
ResponderEliminarE quem quer, que espere pelo resto...
Apertos
Ora nem mais!
EliminarAperto apertadinho ;)
Gosto de familias grandes e membros da familia tambem lol bjs Ze
ResponderEliminarGrandes, presumo... :)))))))))))))
EliminarBeijo;)
Familias grandes. Gosto. Ainda hoje somos cerca de 50 no Natal. Bom dia, Zé :-)
ResponderEliminarR.
Assim é que é, carago!!! :)))
Eliminarboa tarde, companheiro.
Dear Zé
ResponderEliminareu nasci duma família pai e mãe sexo igual,
dois homens, um era mãe, outro era o papai.
fui aluno interno num mosteiro pras bandas de sintra,
lá aprendi a bater punhetas com o maior punheteiro já visto.
transferi-me para o Porto, aí não aprendi nada, estavam sempre
a perguntar-me se sabia onde ficava o metro, gozavam à brava, estás a ver?
os tipos do Porto sempre foram racistas, o facto de ser negro nunca me deu
grandes problemas, essa do negro ter pila grande não é verdade, pode-se fazer
outros trabalhos muito mais prazerosos com a língua. fui chamado de linguarudo
(aquele que faz bons trabalhos com a língua). passei a cobrar à hora, conforme todos
sabem.
pois é, sou garoto de programa em Lisboa, no Porto não gostam de línguas de preto.
cambada de racistas! topas?
TPS
EliminarFiz tropa ali em Coina, já depois da licenciatura, o que me trouxe grandes favorecimentos, topas? Mas os cabrões dos lisboetas, que era assim que se tratavam uns aos outros, fartavam-se de me gozar pela pronúncia e pelo metro do Porto ( que na altura ainda não existia, topas?), todavia, e apesar das cabronices, guardo grandes camaradas, tal como eles a mim, topas? De modos que não vejo necessidade para tanto ressaibo, tás ver?
Finalizando, além das línguas de gato, conheço apenas a de uma ou outra preta, boas, por sinal, e isso já dos tempos em Alfeite, topas? portanto, nada mais tenho a apontar.
Afinal tenho, não vou nada à bola com ressabiados e racistas!
Gosto dessa biografia desafogada e bem humorada, revela ainda mais do que aquilo q foi escrito...:)
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