É noite. De cigarro entre os dedos, observa com lentidão o imenso céu escuro carregado de estrelas. Pensa que é uma estupidez, um raciocínio infantil, mas a verdade é que, ali, longe de tudo, aprisionado livremente entre montes, a escuridão era aclarada pelas estrelas. A rara luz artificial fazia com que o céu escurecesse e que, por sua vez, as estrelas, quase todas elas, se vissem. Isto para não falar da infinidade de sons que se sentiam, alguns deles até seus desconhecidos, mas gostava francamente daquela combinação de cores e sons, que, na cidade, era incapaz de ter.
Apagou o cigarro e chinelou até ao quarto.
Lá dentro, encontrou-a deitada na cama, a dormir. Tranquila. O corpo despido. Os membros estirados. Os cabelos enrolados à volta do pescoço. Sentou-se junto a ela, procurando-lhe a carne. Tocou-lhe num seio tombado sobre o colchão e torneou-o. Continuava tranquila. Contornou-lhe com o indicador os lábios e o nariz franziu em jeito de protesto pela interrupção do sono.
Pegou no copo sobre a mesa de cabeceira e deu um gole, molhando a boca e humedecendo as goelas. Deitou-se a seu lado, a fome aumentou e subiu-lhe pelas pernas até ao pénis, fazendo-o crescer, e de olhos fechados, adivinhou-lhe a silhueta, para logo de seguida, com a mão, lhe percorrer as coxas.
Com o indicador procurou-lhe a púbis. O corpo dela mexeu, ondulando, e com um gemido pouco pronunciado e rouco, afastou as pernas.
Rapidamente lhe alcançou a seda da vagina húmida, gorda de intumescida, e ansiosa. Nela refrescou os dedos e tacteou as pregas do ânus, para ai mergulhar.
Na rua, ao silêncio ensurdecedor do som dos animais da noite, juntava-se agora o do concerto de gemidos, enquanto ela, de pernas enroladas nele, o fazia sacudir as ancas, ao tempo que lhe depositava na vagina a paixão pelo seu corpo.