quinta-feira, 17 de abril de 2014

Histórias






Aqui há dias recebi a visita duma velha amiga. É verdade, volta e meia caio na graça dos deuses e dos diabos e elas batem-me à porta.
Chame-mos-lhe a Tia. Vocês sabem que sou rapaz discreto e que, pelo sim, pelo não, tenho seguro de vida, não vá um qualquer bater-me à porta com a fusca em punho.
Conheci a Tia em Lisboa, lá de onde ela é nascida e vivida, pois frequentava a casa duns tios, estes, de sangue e não de encabação, tal como a dita.  A ordinária fartava-se de gozar, sempre com outras intenções, daí eu a adjectivar de ordinária, aqui com o pujante e jovem José que era do Porto e que falava com a pronúncia que todos sabem ter as gentes do coração da nacão-e.
Eu, Dear Zé, querido como sempre, sorria-lhe, mas em silêncio pensava: minha ordinária... hás de cá vir
E veio!

Os pormenores não são necessários, eu sei que vocês dispensam todo aquele vocabulário cheio de vernáculo e erótico-badalhoco, e portanto passamos logo à fase em que a acção está já em franco andamento.
Dita então a história, pois eu hoje estou assim em modo de remember yesterday ( que por acaso eram as noites de quarta-feira, no mítico Swing, que nada tem a ver com mistura de casais, e se acontecia era mero acaso, mas era um bar ali na Boavista. Ah saudosas noites de farra, e boa música, e no fim boas trancadas! )... e como dizia, dita a história que a dama lisboeta, tanto andou, tanto desdenhou que numa bela noite de luar foi parar ao quarto do Zé. Já a romaria tinha passado o adro, e o Zé fez-lhe pontaria para a zona dos fundos, e ela... uu...uu...uiiii, aí não querido! E o Zé: aí não, porquêêêê?, gozando ele, agora, com a sua pronúncia arrastada de Tiiiiiiiia. Depois de várias tentativas, e do uso manejado de palavras por forma a convencer a Tia, eis que o intento foi bem sucedido. Aliás, muito bem sucedido, pois aquela lisboeta, diga-se de passagem, e sem querer ser indiscreto, tem um monumental cu!

Todavia, havia um senão. A momentos tais, satisfeita da vida, e o Zé também, a Tia dirigiu-se ao wc para fazer a sua higiene e eis que o Zé ouve um "vrum"... (nós por cá, é brum, pois, a pronúncia é a mesma, tanto seja por cima como por baixo! ), e depois outro vrum, mais agudo, agora, e outro e outro... e uma verdadeira sinfonia, algo desafinada, pois ou era em dó maior ou menor, ou em clarinete ou em trombone. E o Zé, que é um rapaz esclarecido e compreensivo, pensou: aquilo precisa duma afinação, mais uns dias e já canta de fininho! E assim foi, mas nunca deixou de cantar...

Tudo isto para vos dizer que a Tia gostou tanto, tanto, tanto do tratamento do Zé que, volta e meia, ou eu por lá, ou ela por cá, nos juntamos para afinar os instrumentos. Ainda estes dias, assim que a vi, cumprimentei-a com um beijo na face e ao mesmo tempo sussurrei-lhe: já tinha saudades tuas... cagona

E assim vos deixo com mais uma história. Para que não digam que só escrevo coisas porcas...
E despeço-me até um dia... Pelo menos até ao fim do dia por cá estarei, depois vou apanhar uns raios de sol dos Al-garves. 
Beijinhos e Abraços, e cuidado com os doces, mas se precisarem de um personal trainer... Dear Zé está às ordens!


Um postal do Zé! ( mais um)




São pérolas, minha gente, que se vão perdendo com os tempos. Ouvi-o, a primeira vez, pelas palavras do meu avô. Achei-lhe piada. Ficou, e ainda hoje lembro, com ternura e saudade. 
Quase sempre contado em período de férias, na mesa grande da cozinha, onde eu, as manas e alguns primos, sentados, a baixa luz e pela noite dentro, ainda que fossem apenas nove da noite, atentos e ansiosos, escutávamos. O texto era excelentemente narrado, com a devida acentuação, ora numa voz pesada, ora com muita altivez, e por entre risos, gritos e olhos esbugalhados, escutávamos sempre com o mesmo entusiasmo!
Cá vai:

Grande Revolução no Porto!

Então meus senhores, ainda não leram os jornais?!
Grande revolução no Porto!
Tragédia, meus senhores! Tragédia de arrepiar os cabelos! Tiros! Pancadas! Facadas! No Porto está tudo morto!

A revolução começou no estádio do Dragão, mas o caso já veio da Ribeira.
Por causa da perda do campeonato juntou-se tal povoléu, que a cem léguas de distância já se ouvia o choro das mães! Choviam golpes mortais e os mortos empilhados já se elevam a tal altura, que um deles avista quase toda a Estremadura!

Que furor, meus senhores, na luta que se travou! Tiros por todo o lado! O rio já vai molhado! 
Os navios aos glutões vieram até à Rua Passos Manuel onde lá há feridos a granel!
E a choradeira é tão grande, que foi preciso chamar os bombeiros de Tomar por causa da inundação que já ameaçava a Circunvalação!

São tremendas as apostas, já há homens com casas às costas! Já não se sabe do Pinto da Costa!

Na rua Alexandre Herculano um homem engoliu um aeroplano! 
Outro, na rua da Flores, com um sopro desfez em frangalhos nada mais que seis vapores!
Um terceiro, enfurecido, foi ao posto da polícia que fica na Cordoaria e com um berro descomunal rebentou logo o portal! Em seguida, manda altivo por cá fora o Regimento, a à força do tabefe esmigalha-o num momento!

No largo da Aguardente, está tudo cheio de gente!
Na rua da Lomba rebentou uma bomba!
E em Fernandes Tomás mataram três velhas e um rapaz!
Em Sá da Bandeira a desordem durou a noite inteira!

A Batalha era varrida pela metralha!
E nos Caldeireiros já estão os artilheiros a preparar os canhões que por lá são aos montões!

Que grande carnificina! Tiros até mais não! O sangue corria em cachão! E aqueles cadáveres assim todos tortos, viam-se logo três mil mortos!

E o sangue a correr e a mãe a gritar - Meu filho! Meu filho! Pega na garrafa e vai buscar um quartilho...
Tiros! Pancadas! Facadas! No Porto está tudo morto!




( E agora, se me dão licença, vou acabar o arroz de polvo, tenho três quartilho de branco a refrescar e o convidado a chegar! )



Bom dia, meninas!!!




Dear Zé aka Zé Tolas, saúda-vos!



terça-feira, 15 de abril de 2014





Nos entretantos, entre o fazer e o imaginar, deixamos-nos levar ao sabor da brisa quente e suave que nos acaricia os braços despidos. Lá dentro, os pensamentos elevam-se. E por enquanto apenas os pensamentos... pois, pois... é a brisa... mas não saias daí Zé, não fujas, não te percas, não brinques, depois queixas-te, sais do trilho e a tudo descarrila, como sempre...

Alheado da roda viva que se passava na rua, olhando a chávena de café e fazendo-a rodar sobre o pires, imaginava que agora, ou depois , ou daqui a nada ou até quando tivesse que esperar que chegasses, te admiraria despida na cama, com o corpo espojado e à minha mercê. Gostava de poder ver-te as expressões, os sorrisos, os beicinhos e todos aqueles trejeitos que fazes com a boca, mas não posso, não enquanto tenho a minha cabeça entre as tuas pernas e se o fizer deixo de fazer o que estava a fazer e portanto, pode parecer confuso e desajeitado mas eu abrevio já e faço-me entender... é que enquanto te lambo a cona não posso ver-te. Mas gostava. É que ou fazemos uma coisa ou outra, e se fazemos a outra não poderemos fazer uma. Não devidamente. Entendem?

Todavia, imagino... imagino os sorrisos, grandes e de alegria. Oiço as lamúrias, acolho os abraços e as mãos que me envolvem  a cabeça, me remexem o cabelo e com a língua espalmada, lambo-te, com dedos abro-te e lambo-te ainda mais. E sinto as tuas mãos pregadas nas minhas orelhas... e cá vamos nós... aplica-te Zé! mãos nas orelhas é sinal de que estamos lá próximo! Afasto-te ainda mais as pernas, abro-te ainda mais e enfio-me por ti adentro com a língua. Lambo-te de novo... bem devagar, com a língua de rasto... duma a outra extremidade... dum a outra cavidade, lambo-te e perco-me nesse teu debrum, nessa fatia estreita e carnuda e com ela me delicio... até que te venhas e é quando imagino essa tua expressão de choro no rosto, esse beicinho de queixume e por fim o sorriso.

É bom lamber-te! Tão bom...



Dear Zé angaria gente de bem e gente ordinária... uma só, não serve. É factor eliminatório, logo, são cumulativas.


Quando era pequenote, aí pelos tempos de escola primária, odiava as férias. Não necessariamente o tempo todo, mas os primeiros dias eram fastidiosos. Não havia aulas, não havia recreios, não havia brincadeira, não havia trabalhos de casa... não havia nada que fazer, ainda que houvesse, mas não havia aulas e era o suficiente. Depois a malta começava a encontrar-se, a organizar-se, os primos chegavam, reorganizávamos e... as férias eram tão curtas!

Estou de férias. Já lá vão uns dias. Um tédio só visto e por demais sentido. Passo os dias sozinho. Passeio. Falo com estranhos. Aproveito para pôr as leituras em dia. Corro. Ouço música. Há dias falava com um dos meus sobrinhos. Macho! Sim é macho, e único, tadito, mais um ostracizado, mas pronto, o tio apoia e dá força. E dizia-me ele que está na pré-adolescência. Nos meandros dos meus pensamentos menos obscuros e mais asseados, tentava perceber onde é que era essa fase, antes de abrir a boca e dizer asneiras. E, ao fim de alguns segundos ( é verdade, foi rápido ) perguntei: essa merda é o quê, caralho?! Vá, não se admirem, ele já sabe e percebe claramente o vernáculo do tio e de toda a gente dita desafogada. Lá me disse que é aquela fase depois da infância e antes da adolescência. Ok. Mas diz-me lá, já formiga? 
Hã?! 
Já te fechas no quarto, para aqueles momentos a sós? 
Hã?! 
Se já esgalhas, caralho? 
Hã?!
Ok, ok.... ainda não, concluí. Mas vá, estará quase. O tio, um dia destes, vai mostrar-te umas revistas que tem em casa, debaixo da cama. Debaixo da cama? perguntam vocês, admirados. Vá, perguntem! 
Debaixo da cama, Zé?!
Sim, debaixo da cama! É simples. Naqueles dias em que não me apetece levantar para ir buscar o android, "debaixo da cama" fica a um simples gesto de me rolar na dita e esticar o braço para apanhar a caixa cheia de revistas com gajas nuas!!!! et voilà!
...
Está bem, não está debaixo da cama, mas está religiosamente guardada. Faz parte da vida de um gajo! Do passado, claro! 

E pronto, tudo isto para dizer que, comecei a organizar-me, meninas. Ainda faltam uns dias para terminar as férias, não muitos, mas ainda se podem fazer umas coisas divertidas. De modos que, já sabem... e não, não me vou repetir com aquela cena da casa, comida e roupa lavada. Sou eu quem está de férias, portanto se quiserem alguma coisa, façam-no! Podem vir, ficar, aproveitar e coiso, fora isso ( refiro-me à parte do coiso ), não faço mais nada!
E agora, se me permitem vou laurear, apanhar um soleil enquanto tomo café e leio o jornal, e espero ter a caixa de correio cheia de e-mails vossos, quando voltar. Nem que seja para um simples beijinho e dizer que me adoram... eu depois trato do resto... e trato-vos da pele!

Beijinhos e abraços daqui, do coração-e da nação-e!




sexta-feira, 4 de abril de 2014

Actualizando


Levantei-me e espreitei o dia. Cinzento. Foda-se... 
Então? E agora?  O que fazes? A malta não acreditou em ti. Se tivesses feito isto com mais minúcia, com intenção séria e precisa... mas não, pões-te na brincadeira e é sempre mais do mesmo, a malta não te leva a sério... e agora? 

Bom minha malta, esqueço "once again" os tacões, as saias, os vestidos, as leggings, o baton, a mulher, as cuecas... oh, as cuecas esqueço-as muitas vezes, mas é intencionalmente! Oh, é tão bom andar com a franguinha ao ar, ainda que corramos o risco de constipar, mas acreditem, é bom, deviam experimentar, quem nunca o fez. É aquela sensação de liberdade, de tesão, de segredo, de alegria, de intenção... intenção de foder! E... lá vamos nós, também pode ser sem boxeurs, sentir o tecido a roçar na cabeça da gaita dá cá um tesão, e então se as calças forem de fazenda, aquele tecido sem grande tratamento, com aqueles pêlos que picam ligeiramente... eishh... nem é preciso ver uma gaja boa! 

E pronto, Dear Zé está cá de novo. Serei aquilo que vocês quiserem que seja. Dear Zé seja!





( sim, sim, Dear Zé usa gafas, mas tira-as para fazer o amor, é melhor assim, uso apenas um sentido, ou melhor, dois... não esperem, são três, afinal. O toque, o cheiro e o sabor... fora isso sou uma verdadeira toupeira... não vejo nada... a não ser que sejam grandes, heheheh... mas diz ela, agora é só uma (de cada vez), que me aplico mais... é que os olhos também comem e como tal, fica logo ali pelo caminho alguma parte da intenção, entendem? :)) )


terça-feira, 1 de abril de 2014

Falemos do Zé 3/...3




" I keep wondering, how many people do you need to be, before you can become yourself "


De há uns dias para cá iniciei este percurso sobre alguns traços da vida do Zé ou do Dear Zé. O único intento foi tão somente elucidar e matar a curiosidade dos leitores que aqui e acolá se queixavam que o Zé não mostrava, o Zé não contava, o Zé é um invejoso e guarda tudo para si. E não, nunca foi um exercício de egoísmo ou de vaidade, pois aqueles que ao longo do tempo me vêm acompanhando, certamente se terão apercebido que não serei assim de tão bom trato, e como qualquer pessoa tenho os meus defeitos.

Podia então continuar aqui a contar-vos inúmeras coisas acerca do Zé, contudo e se forem leitores atentos, verão que está aqui tudo retratado, em cada um dos posts está o Dear Zé, em todas as respostas a comentários vossos, está o Zé! Entrelinhas ou mais evidente, está lá tudo. 

A questão, contudo, será outra, talvez não tanto à vista... talvez... mas que, todavia, fará toda a diferença.
Não obstante, com alguma frequência vos dizia que o Dear Zé é uma personagem, criada, calculada, pensada, construída... e eis que finalizando o raciocínio e este trio de postagens vos digo: 
Entre mim e o Dear Zé há muitas semelhanças, contudo há uma grande diferença...






Adorei ter-vos a todos, de verdade... ok, quase todos, exceptuando os ranhosos.
Fiquem bem.



I want to fly... fly away...






à escuta

Não o amor mas os arredores é que vale a pena...






Livro do Desassossego por Bernardo Soares