Sempre achei que aqueles que se rodeiam de gente, que gostam de ter a casa cheia, que gostam de companhia, que partilham, que dão na mesma medida do que recebem, e se dão mais, fazem-no de bom grado, e não com a intenção de receber de volta, numa ou noutra altura da sua vida, terão essa atitude recompensada. Isto porque, apesar de uns e outros partirem, no meio de tantos que se esgueiram, há-de haver um ou outro que fica.
E também sempre achei que o mesmo raciocínio se aplica ao inverso. Aqueles que acham que o facto de respirarem lhes basta, que porque têm mais do que os restantes, lhes basta, que porque são melhores do que os demais, lhes basta, que exigem por sim sem perceber se o podem fazer ou sequer se o merecem ter, são pessoas orgulhosas, arrogantes e insolentes, e aos poucos vão afastando os que os rodeiam. E no fim de tudo, no fim do dia, no fim da semana, acabam sozinhas, sem ninguém!
Hoje tomei uma resolução. Vou passar a ter a casa cheia de gajas! Entra uma, sai outra! Nem arrefece a cama!
Esta merda de um gajo passar noites em branco, é fodido. Logo, não se admirem que não haja coerência na escrita. E pior ainda é quando a puta da caldeira avariou e não podemos ligar o aquecimento.
E sozinho, no breu do quarto, no frio das paredes e na tibieza dos lençóis, percebemos que uma mulher faz falta na cama. Aquece-nos o corpo e sossega-nos a alma. Isto, não querendo desvirtuar o post, e falar do sexo...
Levanto-me vou ao wc, estás um frio do caralho, sinto um peso nas pálpebras, mas as putas teimam em não fechar. Levanto a tampa da sanita, meto-a de fora, reviro os olhos e espero - Anda puta, faz o que tens a fazer! Aaahhh!... Ahhh! ...Ahhh!
Sacudo-a, dou um salto e meto-a para dentro dos calções do pijama sem a ajuda das mãos. Linda menina! Bem mandada!
Corro para a cama e cubro-me, apenas deixando os olhos de fora. Fico a olhar para o tecto, perdido em pensamentos e vem-me à memória um corpo nu e a canção de Jorge Palma:
... Deixa-me rir... ou então deixa-me entrar em ti... ser o teu mestre só por um instante... iluminar o teu refúgio... aquecer-te essas mãos... rasgar-te a máscara sufocante...
Jorge Palma - Deixa-me Rir