Ao perto, os sinos de S. Francisco badalavam o meio-dia enquanto ela lhe cravava as unhas como uma cadela que esgaravata a terra depois de urinar, e de olhos esbugalhados, pousados no tecto, sentia as primeiras contracções violentas, que lhe rasgavam o corpo e lhe esboçavam um sorriso eucarístico de satisfação. Ele, que sentira a seda contráctil da sua vagina, seguiu o compasso, e na abóbada do seu corpo, a cada estocada, semeava a substância do pénis, rugindo, e no seu peito desfalecendo até recuperar o fôlego...
Nas ruas o movimento era fraco, o povo nos seus comuns hábitos domingueiros, ía esquecendo o dever, ía prorrogando a miséria, e aquecido pelo sol brando, seguia pelos caminhos estreitos e pouco anafados de uma vida que se esvaía.
Ela procurava-lhe de novo o sexo, esquadrinhando-o. Ele sorria de olhos fechado e indagava se ela iria desistir, ou quando o faria. Ao que ela singelamente respondia, na alegria do corpo quente: não enquanto te mantiveres intrépido!
(texto reaproveitado Daqui)
E assim (não) se fala de politiquices...esquadrinhar, adorei o termo!
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